O Estado de Sergipe tem a segunda menor disparidade de renda entre o 1% mais rico e os 50% mais pobres do Nordeste. A constatação é do Observatório de Sergipe, com base em indicadores obtidos a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua de 2012 a 2016.
Segundo o superintendente de Estudos e Pesquisas da Seplag, Ciro Brasil, na Região Nordeste os estados de Alagoas e Sergipe possuem a menor disparidade entre os rendimentos do 1% mais rico em relação aos 50% mais pobres, com 29,8 e 33,0 respectivamente. “Por outro lado, Pernambuco e Ceará foram os mais desiguais nesse indicador, 54,5 e 50 respectivamente”, declara.
Ainda de acordo com Ciro, em relação às capitais nordestinas Aracaju apresenta a menor desigualdade quando se observa a razão 1/50, com os 50% mais pobres recebendo 24,3 vezes menos que o 1% mais ricos. Informa que as cidades de Recife (razão 1/50 = 65,6) e São Luís apresentaram as maiores desigualdades (razão 1/50 = 54,5).
“O rendimento do 1% mais rico é 33 vezes maior do que a renda dos 50% mais pobres em Sergipe. “A razão 1/50 era 33,0 para o estado de Sergipe, ou seja, o rendimento médio per capita do 1% de domicílios com maiores rendimentos (R$ 10.609) era 33 vezes maior que o rendimento médio dos 50% com menores rendimentos (R$ 322) em 2016. Essa disparidade entre o rendimento dos mais ricos em Sergipe é menor que a média brasileira (razão 1/50 = 38,4) e bem inferior à média da Região Nordeste (razão 1/50 = 45,5)”, explica.
Índice de Gini aponta Sergipe com a maior desigualdade do Nordeste
Ressalta o superintendente de Estudos e Pesquisas da Seplag que uma das maneiras mais utilizadas para medir a desigualdade é a partir do índice de Gini. “Esse indicador compreende um número entre 0 e 1, em que 0 corresponde à completa igualdade de renda (todos têm a mesma renda) e 1 corresponde a total desigualdade (em que apenas uma pessoa possui toda a renda da sociedade, enquanto os demais não têm nada)”, afirma.
“Em 2016 apresentou um índice de Gini de 0,544, maior desigualdade entre os estados nordestinos. No ranking nacional, Sergipe ficou em segundo, a atrás apenas do Distrito Federal, que ficou com o maior valor (0,567), enquanto Santa Catarina (0,426) teve a melhor distribuição de renda do Brasil”, frisa. “O desempenho de Sergipe nos últimos cinco anos apresentou uma constante oscilação no índice do Gini. Depois de atingir o pico de desigualdade em 2013 (0,554), o indicador seguiu a tendência do Brasil e da Região Nordeste e apresentou sucessivas quedas em 2014 (0,484) e 2015 (0,470)”, afirma.
Destaca ainda que o ano de 2016 foi marcado por uma forte inflexão nessa tendência, com um aumento da concentração de renda em níveis nacional e regional. “Em Sergipe a desigualdade aumentou num ritmo muito mais forte. Ao contrário do biênio 2013/2014, em 2016, o indicador atingiu 0,554, valor superior ao verificado para o Brasil (0,525) e para Região Nordeste (0,490)”, finaliza Ciro Brasil.